BMC Palliat Care.
2025 Jan 31;24(1):31.
doi:
10.1186/s12904-025-01667-9.
Efeito da entrevista
motivacional na promoção do planeamento antecipado de cuidados em doentes de
cuidados paliativos em contexto ambulatório: um ensaio controlado randomizado.
Tradução do resumo do
artigo
Effect of motivational interviewing to promote advance care planning
among palliative care patients in ambulatory care setting: a randomized
controlled trial.
Helen
Yue-Lai Chan et al.
Faculty
of Medicine, The Chinese University of Hong Kong
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Resumo
Contexto: Muitos doentes têm sentimentos contraditórios em relação aos cuidados em fim-de-vida, mesmo quando enfrentam condições que limitam a sua esperança de vida. A entrevista motivacional pode ser útil para ajudar os doentes a planearem antecipadamente os cuidados a receber. Este estudo teve como objetivo examinar os efeitos de um programa de planeamento antecipado dos cuidados que recorreu a entrevistas motivacionais em doentes de cuidados paliativos.
Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado de dois braços paralelos entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019 nas clínicas de cuidados paliativos de dois hospitais. Doentes adultos recém-encaminhados para serviços de cuidados paliativos, com uma pontuação igual ou superior a 60 na Escala de Desempenho Paliativo e mentalmente capazes, foram elegíveis para o estudo. Embora todos os participantes tenham recebido cuidados paliativos como cuidados habituais, os do grupo de intervenção também receberam o programa de planeamento antecipado de cuidados através de três visitas no domicílio. O resultado primário foi a disponibilidade para discutir e documentar decisões sobre cuidados em fim-de-vida, e os resultados secundários incluíram conflito decisório, perceção de stresse e qualidade de vida.
Resultados: Foram incluídos um total de 204 participantes (idade média [DP], 74,9 [10,8]; 64,7% do sexo masculino; 80,4% com cancro). As análises por equações de estimativa generalizadas mostraram uma melhoria significativa na disponibilidade para planeamento antecipado de cuidados no grupo de intervenção, em comparação com o grupo de controlo, três meses após a alocação (interação grupo por tempo, nomeação de representante: β = 0,80; IC 95%, 0,25-1,35; p = 0,005; discussão com a família: β = 0,76; IC 95%, 0,22-1,31; p = 0,006; discussão com médicos: β = 0,86; IC 95%, 0,30-1,42; p = 0,003; documentação: β = 0,89; IC 95%, 0,36-1,41; p < 0,001). A proporção de subscritores de diretivas antecipadas, bem como de utilização de cartões de não-reanimação cardiorrespiratória, foi significativamente maior no grupo de intervenção, com um risco relativo de 3,43 (IC 95%, 1,55-7,60) e 1,16 (IC 95%, 1,04-1,28), respetivamente. O grupo de intervenção relatou mais melhorias no apoio social e no valor da vida do que o grupo de controlo, imediatamente após a intervenção. Observaram-se melhorias significativas nos conflitos decisórios e na perceção do stresse em ambos os grupos.
Conclusões: A entrevista motivacional foi eficaz no apoio aos doentes para resolver a ambivalência em relação aos cuidados em fim-de-vida, aumentando assim a sua disposição para debater e documentar as suas opções de cuidados.
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