Parte II:
Racionalidade, fins e níveis do discurso moral
Centre for Medical Education, Queen’s University, Belfast
Tradução espontânea para distribuição sem fins lucrativos do artigo
Ethics – A matter of principle?
Resumo - A discussão de temas bioéticos utilizando a abordagem dos quatro princípios proposta por Beauchamp e Childress é atualmente uma prática corrente no Reino Unido. Um artigo anterior documentou a história do principialismo antes de analisar o seu impacto e de passar em revista algumas críticas à sua abordagem. Este examinará algumas das dificuldades filosóficas em maior profundidade. Uma preocupação especial é o facto de o principialismo conduzir a um debate pouco aprofundado, com a ponderação dos meios sem a devida preocupação com os fins pretendidos.
Racionalidade
Tal como no artigo anterior, utilizaremos alguns dos temas desenvolvidos pelo sociólogo John H Evans na sua análise do debate bioético. Na linguagem comum, racional aparece como ‘o oposto de louco’.1 Nas ciências sociais, racional pode ser usado num sentido mais formal. Uma crença racional é aquela que pode ser mantida legitimamente. A racionalidade pode ser explorada de forma mais aprofundada. A racionalidade instrumental é a que mais se aproxima da utilização comum da palavra racional. Por exemplo, para um estudante que pretende estudar medicina, escolher biologia é uma escolha de disciplina instrumentalmente racional. Por outro lado, se ela quisesse ser músico, seria menos racional. Para efeitos desta discussão, os termos que precisamos de compreender são racionalidade substantiva e formal. Um padrão de ação deve ser considerado substantivamente racional se utilizar os critérios de ‘fins últimos’ ou ‘valores últimos’ para as ações ou meios envolvidos, ou seja, se os meios forem consistentes com os fins ou valores últimos. Isto contrasta com a racionalidade formal. Aqui, os fins e os meios são debatidos em conjunto, e um padrão de ação pode ser considerado formalmente racional se for considerado o meio mais eficaz para atingir fins predeterminados ou assumidos.1 Na avaliação de um argumento, há cinco componentes a considerar. São eles: a ligação entre meios e fins, a extensão do debate sobre os fins, o número de fins considerados legítimos no debate, a mensurabilidade dos fins e a universalidade dos fins.1 Analisemos melhor esta última afirmação, uma vez que tem grande relevância para a narrativa global.
Relação entre meios e fins
Ao considerar a relação entre meios e fins, verifica-se que a racionalidade formal tende para uma visão consequencialista - essencialmente, os fins podem justificar os meios. A racionalidade substantiva pode considerar que alguns meios são inerentemente errados porque entram em conflito com outros fins ou valores.1
Em que medida os fins são debatidos
Num debate substantivamente racional, os fins devem ser definidos e defendidos. Simplificando, um debate substantivamente racional é sobre fins.1 Isto contrasta com um debate formalmente racional em que os fins são assumidos, explícita ou implicitamente. A inclusão de fins no debate torna o resultado menos facilmente calculável, uma vez que é difícil valorizar fins concorrentes entre si, por exemplo, beneficência versus respeito pela autonomia de um indivíduo, sem recorrer a um fim de nível superior.1
O número de fins considerados legítimos no
debate
A racionalidade formal exige que o número de fins seja limitado. Evans cita o ‘método científico’ como o exemplo mais extremo de racionalidade formal, uma vez que diz respeito a factos sobre a natureza que permitem calcular as consequências previstas de uma ação sem considerar os fins últimos a que esse conhecimento pode ser aplicado.1 No debate substantivo, pode ser considerado qualquer número de fins. Evans regista a progressão do debate bioético ao longo do tempo e a forma como a aceitação dos quatro fins pré-determinados do principialismo – autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça – facilitou a passagem de um debate substantivo para um debate mais formal.
Mensurabilidade dos fins
A mensuração descreve o processo de combinação de diferentes fins numa métrica comum, sendo exemplos a utilidade e o custo. Ela transforma qualidades em quantidades, diferenças em grandezas. É uma forma de reduzir e simplificar informações díspares em números que podem ser facilmente comparados. É igualmente importante – se não mais – considerar o que omite o processo de mensuração de fins. Algumas coisas são incomensuráveis, sendo um exemplo trivial a questão de saber se o gelado de chocolate pode ser considerado melhor do que o de morango. Exemplos mais sérios incluem questões de valores fundamentais e padrões morais absolutos. Assim, embora a mensuração possa ser útil para determinar uma métrica comum que permita avaliar um plano de ação proposto, também pode ser motivada «por um desejo de se esconder atrás de números, impor ordem ou reforçar uma autoridade fraca... A mensuração pode proporcionar uma defesa sólida para decisões controversas, expandir o território organizacional ou profissional de um grupo»2. Assim, enquanto o utilitarista ‘o maior bem para o maior número’ permite uma métrica que parece quase quantificável, e portanto calculável, a ‘fidelidade a Deus’ não o faz. «Os autores que assumem a racionalidade substantiva resistem a escalas comparáveis porque os seus fins não podem ser comparáveis com outros fins sem distorcer o seu significado.»1
Universalidade dos fins
Num
ponto relacionado com o anterior, Evans descreve dois sentidos de
universalidade, sendo o primeiro uma generalidade mensurável que não é
suscetível de causar desacordo. Dá o exemplo de «é melhor fazer o bem do que
fazer o mal». Estes fins são assumidos como universais e, por isso, não
requerem debate. O sentido em que um fim pode ser considerado universal é
quando o fim pode ser considerado aplicável a uma série de meios. Neste caso, o
autor dá o exemplo da autonomia. Se a autonomia é primordial numa situação,
então pode assumir-se que é primordial quando se consideram vários meios. O
pressuposto da universalidade torna a tomada de decisões mais calculável. O
universalismo em ambos os sentidos é inaceitável para aqueles que preferem
argumentos substantivamente racionais.1
Ao descrever a história do debate bioético, Evans regista a passagem progressiva do debate substantivo para o debate formal, com uma ênfase crescente nos fins mensuráveis. Isto é de grande importância porque «segundo a racionalidade substantiva, os meios estão certos ou errados por razões a priori – pela sua coerência com determinados fins – e não pelas suas consequências».1 No entanto, na perspetiva da racionalidade formal, não há meios que sejam inerentemente errados, mas podem ser considerados errados se não maximizarem o fim pretendido. Por conseguinte, qualquer meio pode ser levado até ao ponto em que as suas consequências possam ser calculadas. Pellegrino e Thomasma constatam também esta dificuldade na abordagem da ética médica que resulta do relatório da Comissão Presidencial. Consideram que se trata de uma passagem da substância ao procedimento. Para evitar a irreconciliabilidade dos conflitos morais, a discussão ética centra--se antes no processo de tomada de decisão. Uma outra forma de descrever esta situação é considerar se um debate é denso ou ténue. Os debates profundos são substantivos. A confiança na racionalidade formal resulta num debate superficial.
Níveis de discurso moral
Os princípios são indubitavelmente
importantes no debate ético. Aiken descreve as respostas éticas como ocorrendo
em quatro níveis. O primeiro, e mais simples, é o nível expressivo-evocativo.
Neste nível, não são apresentadas razões para o juízo moral e o juízo aplica-se
apenas ao caso específico em causa. O segundo nível é o das regras. As regras
aplicam-se não apenas a um caso, mas a todos os casos semelhantes. As regras
dizem-nos diretamente o que devemos ou não devemos fazer. Os princípios estão
na base das regras. Os princípios podem apoiar as regras ou criticá-las. Um
princípio é mais geral do que uma regra e não dá orientações ou instruções
específicas. Por último, subjacente a tudo o que precede, estão as convicções
básicas do indivíduo, as suas crenças pessoais fundamentais. O esquema de Aiken
está resumido no Quadro 1.
Quadro 1. Níveis do discurso moral. Adaptado de Aiken
Nível |
Características |
Exemplo |
Expressivo-evocativo |
a)
Não são dadas razões para o juízo moral. b)
O juízo moral aplica-se a um caso concreto |
Decisões
simples / intuições |
Regras |
a)
A regra aplica-se não apenas a um caso imediato, mas a todos os casos
semelhantes b)
A regra diz-nos diretamente o que fazer ou não fazer |
A Lei. GMC - General Medical Council, também NICE - National
Institute for Health and Care Excellence, SIGN - Scottish
Intercollegiate Guidelines Network, etc. |
Princípios |
a)
Um princípio apoia regras - ou critica-as b)
Um princípio é mais geral do que uma regra; não nos diz direta e
concretamente o que fazer. |
Autonomia,
beneficência, não-maleficência, justiça Dever Inviolabilidade
da vida |
Convicções
pós-éticas / básicas |
a)
Uma convicção básica é a base dos nossos princípios, regras e raciocínio
ético geral b)
Não se pode ir mais longe do que as convicções de base |
Crenças
pessoais fundamentais Visão
do mundo Identidade |
Verifica-se que a manutenção dos níveis mais superficiais do discurso, ou seja, a discussão expressivo-evocativa e baseada em regras, significa que a qualidade do debate será ténue. (ver abaixo o Quadro 2)
Quadro 2. Níveis de discurso moral vs. debate superficial e aprofundado.
Nível |
Características |
|
Expressivo-evocativo |
a)
Não são dadas razões para o juízo moral. b)
O juízo moral aplica-se a um caso concreto |
SUPERFICIAL/ /TÉNUE
APROFUNDADO/ /DENSO |
Regras |
a)
A regra aplica-se não apenas a um caso imediato, mas a todos os casos
semelhantes b)
A regra diz-nos diretamente o que fazer ou não fazer |
|
Princípios
|
a)
Um princípio apoia regras - ou critica-as b)
Um princípio é mais geral do que uma regra; não nos diz direta e
concretamente o que fazer. |
|
Convicções
pós-éticas / básicas |
a)
Uma convicção básica é a base dos nossos princípios, regras e raciocínio
ético geral b)
Não se pode ir mais longe do que as convicções de base |
Além disso, quando se discutem questões éticas desta forma, a omnipresença do principialismo pode deixar os estudantes confusos quando lhes é pedido que considerem outros princípios além dos quatro de Beauchamp e Childress. Já mencionámos os princípios autoevidentes de WD Ross. Ao rever o tema, Veatch refere sistemas de bioética baseados em até dez princípios ou simplesmente num, por exemplo, a utilidade. Além dos princípios fundamentais de Beauchamp e Childress, refere outros como veracidade, fidelidade, gratidão, reparação e evitar matar.
Richard
Huxtable refere que os quatro princípios podem ser vistos como definindo uma
posição que não é simplesmente ocidental, mas de facto anglo-americana. Os
quatro princípios de Beauchamp e Childress são confrontados com os
identificados pelo projeto europeu BIOMED II relativamente aos «Princípios
éticos básicos da bioética e do direito biológico europeus» - autonomia,
dignidade, integridade e vulnerabilidade. De notar que a dignidade inclui aqui
a ‘inviolabilidade da vida’ e restrições às ‘intervenções em seres humanos em
situações tabu’.8 O grupo também não afirmou que estes
princípios éticos básicos deveriam ser «entendidos como ideias universais
eternas ou verdades transcendentais, mas funcionam antes como diretrizes reflexivas
e valores importantes na cultura europeia».8
Matthew
Shea considera que o que falta ao principialismo é um tratamento adequado dos
fenómenos axiológicos, ou seja, uma teoria do bem. Shea sugere o
consequencialismo, a ética da virtude eudemonista ou a ética do direito natural
como fontes potenciais para uma tal teoria, mas não defende uma delas em
detrimento das outras.
Tom
Walker também questiona a suficiência dos quatro princípios. Observa que há
domínios em que estes não podem fornecer uma orientação moral. Cita os exemplos
da profanação de monumentos em memória dos mortos e a repugnância moral face a
casos de bestialidade. É evidente que as pessoas se encontram vinculadas por
normas morais que vão além das articuladas pelos quatro princípios. Walker
sugere o desenvolvimento de ‘formas culturalmente específicas de
principialismo’.
No
entanto, isto apenas desloca a questão de saber de onde derivamos os nossos
princípios e como determinamos qual o princípio que tem prioridade numa dada
situação. O que é que explica estas diferenças culturais? O psicólogo moral
Jonathan Haidt refere que os aspetos culturais da moralidade podem ser explicados
pela atenção específica que os indivíduos de culturas ocidentais, cultas,
industrializadas, ricas e democráticas (western, educated, industrialised,
rich, and democratic = WEIRD) dão a determinados aspetos da moralidade. As
pessoas de culturas WEIRD tendem a valorizar muito a autonomia e o
individualismo e podem menosprezar ou mesmo ignorar outros fatores. Este facto
pode ajudar a explicar porque é que a abordagem dos quatro princípios se enraizou
tão fortemente no Ocidente. Do mesmo modo, tanto o utilitarismo como a
deontologia favorecem formas de raciocínio com uma forte tendência para o
pensamento sistemático, mas com baixos níveis de empatia.11 Outras
culturas, não-WEIRD, exibem uma moralidade mais sociocêntrica, em que as
relações, quer no seio da família quer na comunidade mais alargada, têm maior
significado moral.11 Haidt também refere que outras culturas
têm frequentemente uma ‘ética da divindade’11 que tem impacto
na forma como veem o corpo e dá origem a ideias de limpeza e pureza. Haidt
propõe que os seres humanos têm um ‘paladar moral’ composto por cinco ‘recetores
gustativos’: cuidado com os outros, justiça, lealdade, respeito pela autoridade
e santidade.11 A moralidade WEIRD – que inclui o
principialismo – centra-se num número limitado de recetores. A nossa cultura e
educação desempenham um papel importante na determinação da forma como se
desenvolvem as visões pessoais e sociais das questões morais. No Ocidente, o
legado da moralidade cristã é muito importante, pois é a fonte das nossas
crenças mais acarinhadas – mesmo que muitos esqueçam as suas raízes. O filósofo
francês Luc Ferry, ele próprio um humanista secular, escreve
«Há no pensamento cristão, sobretudo no
domínio da ética, ideias que têm grande significado ainda hoje, mesmo para os
não crentes; ideias que, uma vez desligadas das suas origens puramente
religiosas, adquiriram uma autonomia que veio a ser assimilada pela filosofia
moderna. Por exemplo, a ideia de que o valor moral de uma pessoa não reside nos
seus dons herdados ou nos seus talentos naturais, mas no uso livre que faz
deles, é uma noção que o cristianismo deu ao mundo e que muitos sistemas éticos
modernos adotariam para os seus propósitos.»
Embora os cristãos «tendam a entender-se a
si próprios como tendo uma tradição histórica» e «especialmente responsáveis
perante o testemunho da Bíblia», outros terão uma perspetiva diferente. Devemos
ter presente a influência do passado de cada indivíduo na formação da sua
paisagem moral. Nas palavras do filósofo Alasdair MacIntyre, «só posso
responder à pergunta ‘O que devo fazer?’ se puder responder à pergunta anterior
‘De que história faço parte?’»14
Que significa isto na prática?
Até agora, abordámos muita teoria com
alguma profundidade, mas o que pode isso significar para os decisores
políticos, para os comités de ética clínica ou para um profissional individual?
Utilizando o exemplo prático de uma mulher que solicita um aborto tardio para
realçar as dificuldades do principialismo como metodologia, Brock e Wyatt
explicam como a forma do debate pode condicionar o resultado das deliberações.
Em suma, como o principialismo não tem em conta o que Brock e Wyatt designam
por ‘variáveis não consideradas’, parte-se de um consenso moral que não existe.
Em concreto, considera-se que esta metodologia exclui sistemas de crenças ‘particularistas’
como o cristianismo. Isto, de facto, marginaliza as «narrativas morais reais
que têm fundamentado a vida ética dos grupos sociais ao longo de toda a
história humana«. A ambivalência legal relativamente ao aborto tardio coloca o
peso moral da decisão no médico. O principialismo deixa pouco espaço para a
consciência do médico, uma vez que a sociedade exige a «separação dos ‘preconceitos’
pessoais do médico da sua prática». Podemos imaginar desafios semelhantes no
debate contemporâneo em torno da questão da eutanásia e do suicídio ajudado
pelo médico. Se começarmos a deliberação com a autonomia como o ponto de
partida e sem um consenso aceite em torno da questão da beneficência ou do bem
supremo, a discussão depressa se torna uma discussão sobre direitos e
processos, sobre grupos relevantes e equidade de acesso; uma discussão sobre os
meios para atingir o resultado e não sobre a justeza do resultado em si mesmo.
A moralidade do médico individual perde-se no meio da questão de saber se as
cláusulas de consciência devem dar aos indivíduos a opção de recusar a
prestação do serviço.
Conclusão
A
abordagem dos quatro princípios deve ser abandonada? Não necessariamente. Mas devem
estar enquadrados num contexto moral mais amplo e profundo. Para apreciar a autonomia,
temos de saber porque é que cada pessoa é importante. Para comentar a beneficência,
temos de saber o que entendemos por bem. Para procurar a não-maleficência, temos
de reconhecer o mal. Para agir com justiça, temos de saber o que significa ser justo.
Podemos utilizar os princípios como pilares úteis para apoiar os nossos pensamentos,
mas precisamos de ser capazes de exercitar toda a gama dos nossos ‘recetores de
sabor moral’ e de mergulhar nos níveis mais profundos do discurso moral, tanto para
compreender os nossos próprios fundamentos morais como para ter em conta as preocupações
dos outros quando consideramos casos difíceis. <
Clicar AQUI para ver o artigo original
REFERÊNCIAS
1. Evans JH. Human genetic engineering and the rationalization of public
bioethical debate. Chicago: University of Chicago Press; 2002. Playing God?
2. Espeland WN, Stevens ML. Commensuration as a social process. Ann Rev Sociol. 1998;24:313–43.
3. Pellegrino E, Thomasma DC. Oxford: Oxford
University Press; 1988. For the patient’s good. the restoration of beneficence
in health care.
4. Aiken HD. The levels of moral discourse. Ethics.
1952;62(4):235–48.
5. Ross WD. Oxford: Clarendon Press; 1930. The right and the good.
6. Veatch RM. Reconciling Lists of Principles in Bioethics. J Med Philos. 2020;45(4-5):540–59. doi:
10.1093/jmp/jhaa017.
7. Huxtable R. For and against the four principles of biomedical ethics.
Clin Ethics. 2013;8(2-3):39–43.
8. Rendtorff JD. Basic ethical principles in European bioethics and
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of bioethics and biolaw. Med Health Care Philos. 2002;5(3):235–44. doi:
10.1023/a:1021132602330.
9. Shea M. Principlism’s balancing act: why the principles of biomedical
ethics need a theory of the good. J Med Philos. 2020;45(4-5):441–70.
doi: 10.1093/jmp/jhaa014.
10. Walker T. What principlism misses. J Med Ethics.
2009;35:229–31. doi: 10.1136/jme.2008.027227.
11. Haidt J. London: Penguin; 2012. The righteous mind: why good people
are divided by politics and religion.
12. Ferry L. London: Canongate Books Ltd; 2012. A brief history of
thought: a philosophical guide to living.
13. Biggar N. Michigan: William B. Eerdmans Publishing Company; 2011.
Behaving in public.
14. MacIntyre A. Iniana: University of Notre Dame Press; 1984. After
virtue: a study in moral theory. 2nd ed. Notre Dame.
15. Brock B, Wyatt J. The physician as political actor: late abortion and the strictures of moral discourse. StudyChristian Ethics. 2006;19(2):153–68.
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