13 janeiro 2021

Meu testamento vital

DIRETIVA ANTECIPADA DE VONTADE (TESTAMENTO VITAL)

Eu, Rosalvo Manuel Martins Almeida, nascido a 27.11.1946, casado com ... desde 29.08.1970, sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia ..., concelho de ..., portador do Cartão do Cidadão número ..., válido até ..., contribuinte fis­cal número ..., residente na ..., fre­guesia de ..., concelho do ..., utente n.º ...do SNS da Unidade de Saúde Familiar ..., com e-mail ..., na plena posse das minhas faculdades mentais e dos meus di­reitos cívicos, considerando que recebi sufi­ciente in­formação e tendo refletido cui­dadosamente, tomo a decisão de afirmar, através deste documento, as seguintes instruções que traduzem a minha vontade atual, de acordo com o disposto na Lei de Bases da Saúde (Lei n.º 48/90, de 24 de agosto, Base XIV), na Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e da Dignidade do Ser Humano face às Aplicações da Biologia e da Medicina – “Convenção de Oviedo” (Resolu­ção da Assem­bleia da República nº 1/2001, artigo 5.º) e na Lei que regula as diretivas antecipadas de vontade (Lei n.º 25/2012, de 16 de julho).

Assim, desejo que as seguintes vontades sejam respeitadas na minha assistência médica, se vier a encontrar-me em situação de não poder expressá-las por dete­rioração física e/ou mental:

– Designo como Procuradora de Cuidados de Saúde a minha mulher ..., natural da freguesia e concelho da ..., portadora do Cartão do Cidadão número ..., válido até ..., contri­buinte fiscal número ..., para a utilização deste do­cumento, assim como para a interpretação das possíveis dúvidas que possam sur­gir na sua aplicação. Esta pes­soa de­verá ser considerada como a interlocutora vá­lida e necessária pelos médicos res­ponsá­veis pela minha assistência e como ga­rante do respeito pela minha vontade ex­pressa no presente documento.

– Deste modo, declaro que, se não puder tomar decisões sobre os meus cuida­dos, tratamentos e exames médicos, em consequência da minha deterioração fí­sica e/ou mental, como por exemplo:

– doença irreversível (oncológica ou outra) que conduza inevitavelmente, a prazo breve, à morte

– estado clínico terminal em qualquer doença de prognóstico fatal

– estado neurológico ou psiquiátrico grave, de caráter irreversível, como o Es­tado Vegetativo Persistente ou demência, com intercorrência respiratória, renal ou cardíaca,

e se, na avaliação do pessoal médico que então me atenda, não existirem expecta­tivas de recuperação sem sequelas (que me impeçam uma vida com um mínimo de comuni­cação com outras pessoas e de independência funcional para as atividades da vida diá­ria), assim como se não houver suficiente controlo de dor grave e conti­nuada, a minha VONTADE é que não sejam aplicadas, ou que sejam retiradas, se já tiverem sido come­çadas, medidas de suporte vital cardiorrespiratório, nomeadamente a ventilação assis­tida, e que não se dilate a minha vida por meios artificiais, como fluidos intravenosos, antibióticos ou outros fármacos ou alimentação por sondas, as quais apenas prolonguem os meus sofrimentos. Igualmente autorizo que, em tais situações, seja desligado o apa­relho pa­cemaker que tenho implantado.

– Peço, por isso, aos responsáveis pela minha assistência que tenham de tomar deci­sões médicas sobre a minha pessoa, quando existam graves e irreversíveis li­mitações cognitivas ou motoras, que não apliquem tais intervenções.

– Desejo, além disso, que se instaurem medidas paliativas (incluindo hidratação oral mínima ou subcutânea) e me administrem os fármacos que sejam necessários para con­trolar, com efetividade, dores, febre e outros sintomas que possam causar-me padeci­mento, angústia ou mal-estar, ainda que isso possa encurtar a minha vida.

– Em caso de dúvida na interpretação do meu projeto vital e dos meus valores de qua­lidade de vida, quero que se respeite a opinião da minha Procuradora de Cuida­dos de Saúde.

– No caso de os profissionais de saúde que me atendam alegarem motivos de cons­ciência para não atuarem de acordo com as minhas vontades, aqui expressas, solicito ser atendido por outros profissionais que estejam dispostos a respeitá-las.

– Manifesto, ainda, o meu desejo de que, quando do meu falecimento, haja um funeral laico, que o meu corpo seja incinerado e que as cinzas sejam guardadas no jazigo de família do Cemitério da ....

(Atualizado em outubro de 2024)