in «D'Aquém e D'Além do Horizonte - Vinte anos de história», de Ana Macedo Sardinha
ed. APMGF - ass. port. med. geral e familiar, 2019
ed. APMGF - ass. port. med. geral e familiar, 2019
Quando nos deslocamos em direção ao horizonte
outra linha se desenha mais adiante.
Novos horizontes são afinal o indicador de
que a caminhada nunca acaba.
Quando, no final do século XX, alguns
imaginaram uma nova forma de cuidar diariamente da saúde dos seus concidadãos,
sabia-se que o caminho não teria fim. Mesmo assim, lançaram-se ao trabalho e
arriscaram.
Contra ventos e marés, as unidades de saúde
familiar provaram ser a melhor forma de organizar a assistência primária às
populações, numa base celular com características de proximidade novas no SNS.
Enquanto especialista hospitalar não posso
pronunciar-me em detalhe sobre o caminho das USF mas posso testemunhar a
diferença sentida no relacionamento com os cuidados primários – os nossos ‘fornecedores’.
Enquanto utente aposentado sinto essa diferença na pele e frequentemente me
chegam notícias de familiares e amigos referindo quão positiva ela é.
O pioneirismo da USF Horizonte resulta de uma
(e resulta numa) postura ética que se consubstancia, sem margem para dúvidas,
numa cultura que fez escola. Chegam-nos com frequência ecos da atenção que os
seus profissionais prestam às questões delicadas da prática clínica
(confidencialidade, privacidade, respeito), assim como não nos escapam notícias
do seu profissionalismo (sobriedade, competência, honestidade).
Por ser verdade e me ser pedido, associo-me
gostosa e sinceramente às comemorações do vigésimo aniversário da USF
Horizonte, merecedora de felicitações calorosas e de votos de que continuem o
seu caminho, caminhando.
Porto, primavera de 2019
[neurologista aposentado, eticista amador,
parceiro de múltiplas atividades com vários membros da equipa da “Horizonte”]