Vendias o teu rim?
Dylan Walsh
Tradução dos primeiros parágrafos do artigo
Todos os anos milhares de
pessoas morrem porque não há órgãos suficientes para transplantes e eu posso
ser uma delas. É tempo de começar a remunerar os dadores. Quando éramos adolescentes, eu e o meu irmão recebemos transplantes de rim com seis dias de intervalo. Não era suposto ser assim. Ele, dois anos mais velho, estava programado para receber um rim do meu pai em abril de 1998. Vinte e quatro horas antes da cirurgia, a equipa de transplantes realizou as suas últimas análises de sangue e descobriu uma incompatibilidade de tecidos que todos os testes anteriores tinham, de alguma forma, excluído. O meu irmão foi remetido para “a lista”, onde esperaria, quem sabe por quanto tempo, pelo rim de alguém que morresse e tivesse a generosa visão de ser dador após a morte. Eu era o próximo na fila para o rim do meu pai. Éramos compatíveis e a data foi marcada para 28 de agosto. Então, os meus pais receberam uma chamada de manhã cedo, a 22 de agosto. Tinha havido um acidente de carro. Havia um rim disponível.
/CONTRAPONTO/CONTRAPONTO/
Remuneração dos dadores de células estaminais
hematopoiéticas: princípios e perspetiva da Associação Mundial de Dadores de
Medula Óssea
Michael Boo et al. em nome da World Marrow Donor Association
Michael Boo et al. em nome da World Marrow Donor Association
Tradução dos primeiros parágrafos do artigo
Remuneration of hematopoietic stem cell donors: principles and perspective
Remuneration of hematopoietic stem cell donors: principles and perspective
Considerações éticas - A questão da
remuneração da doação suscita certas preocupações éticas. O ato essencial em
questão é a decisão por parte de uma pessoa não relacionada de se submeter a um
procedimento médico em benefício de outra pessoa. Há um conjunto significativo
de trabalhos em torno das questões éticas envolvidas nesse intercâmbio,
especialmente no contexto da doação de órgãos sólidos e da utilização de
dadores como sujeitos de investigação. Três princípios éticos em
particular são frequentemente alvo de escrutínio. O primeiro é o princípio da
dignidade, visto que a transferência de parte de um corpo humano é diferente da
de um produto ou serviço e exige considerações únicas para não desvalorizar a
vida humana através da comercialização de órgãos, tecidos e sangue. O segundo
princípio é que o dador não deve estar sujeito a danos desnecessários ou
irrazoáveis. Finalmente, qualquer sistema de distribuição deve ser
fundamentalmente justo. Em particular, nenhum segmento da sociedade deve ter
benefícios à custa de outro ou permitir qualquer tipo de coação no processo de
obtenção de células estaminais hematopoiéticas.