Resumo
Os doentes afirmam
frequentemente o seu desejo de ter um fim da vida confortável, embora os
médicos se debatam sobre a melhor maneira de oferecer conforto e enfrentem o
dilema ético entre tratar ou permitir que uma possível infeção se desenvolva. Tratar
uma infeção no fim de vida não permite uma melhoria uniforme nos sintomas nem mais
tempo com a família e amigos. Além disso, há potencialmente custos para o
doente ou o sistema de saúde e o tratamento pode decorrer com exclusão de
outras medidas de conforto. Atualmente, a prática de administrar ou abdicar de
antibióticos no fim de vida é variável e a literatura a favor das melhores
práticas é contraditória. Os dados para apoiar o uso ou a suspensão dos
tratamentos têm sido escassos e variam entre cenários e populações de doentes.
Analisámos os obstáculos mais comuns enfrentados pelos prestadores de cuidados,
as ferramentas de prognóstico que podem auxiliar a tomar decisões clínicas, o suporte
ético para a suspensão de terapêuticas e como decompor as causas do peso
potencial dos tratamentos. Pensamos que os enfermeiros, à beira do leito, numa
unidade de cuidados intensivos, num lar ou num domicílio, como membros de
equipas interdisciplinares de cuidados paliativos, estão especificamente qualificados
para ajudar doentes e familiares a lidarem com essa desafiante decisão clínica.