Este armazém foi criado para guardar e partilhar textos (e contextos) que tenho escrito ou traduzido, quase todos ao longo da “terceira” metade da minha vida, mas também antes. Até aos 35 anos formei-me e cresci, até aos 70 exerci e aprendi, agora deu-me para isto... 😊
30 dezembro 2018
13 dezembro 2018
Tanta medicação: tão pouca confiança?
RESUMO
Como muitos
estudos em torno do tema da ‘medicação em excesso’ atestam, pedem-se cada vez
mais exames; ao mesmo tempo diminuem os limites para prescrever tratamentos. Defendemos
que a confiança (ou a falta dela) é um fator significativo para influenciar esse
excesso e que compreender a relação entre confiança e exames e tratamentos
ajudará os clínicos e os decisores de políticas a garantir que as decisões
éticas serão feitas de forma mais consistente. Baseando-nos na literatura
filosófica, investigamos a natureza da confiança na relação médico-doente,
argumentando que, na sua essência, ela se traduz numa transferência de poder de
escolha. Mostramos que há um forte suporte empírico à ideia de que mais
confiança reduzirá o problema do excesso de remédios. Em seguida, estudamos as vias
pelas quais a confiança pode ser construída, centrando-nos em aspetos do questionamento,
do reconhecer da incerteza e do assumir da responsabilidade. Argumentamos que oferecer
exames ou tratamentos como forma de gerar confiança pode ser, por si só, um
processo indigno de confiança e que os sistemas de saúde devem dar apoio
institucional que facilite a continuidade, o questionar e o aceitar da incerteza.
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