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um dicionário de siglas, acrónimos e abreviaturas
que esteve no "ar" (www.opapeldomedico.com) de 1999 a 2004
Este armazém foi criado para guardar e partilhar textos (e contextos) que tenho escrito ou traduzido, quase todos ao longo da “terceira” metade da minha vida, mas também antes. Até aos 35 anos formei-me e cresci, até aos 70 exerci e aprendi, agora deu-me para isto... 😊
A vida é bela. Quer dizer, a vida é mais bela se nós fizermos por isso. Por vezes, a vida fica feia e isso nem sempre depende só de nós mas viver com uma doença crónica, nem sempre significa que a vida não possa ser bela.
Muitas pessoas conseguem adotar posturas que
lhes permitem suportar adversidades enormes, não deixando de ver o belo que há
na vida. Na mais triste das vidas, há momentos e acontecimentos que nos enchem
de alegria.
Alguns dirão que é mais fácil falar do que
viver mas o exemplo de muitos ajuda-nos a compreender como é possível “fazer
das tripas coração” ou, como também se diz, “dar a volta por cima”.
A epilepsia é, na maior parte dos casos,
felizmente, uma adversidade suportável – seja porque se obtém um controlo
razoável das crises, seja porque as crises apenas ocorrem em situações mais ou
menos previsíveis. Acontece porém que a epilepsia está, em muitos outros casos,
associada a gravosas condições, gerando vivências que só os próprios em boa
verdade podem conhecer em todas as suas dimensões. No entanto, todos conhecemos
pessoas e famílias que, mesmo no mais complexo dos cenários, conseguem encontrar
formas positivas de encarar a vida.
Nos nossos dias cresce o movimento
associativo das pessoas portadoras de doenças crónicas ou condições permanentes
que de algum modo lhes provocam limitações, incapacidades ou mesmo
deficiências. As associações de doentes, familiares e amigos são o terreno
ideal para que os que conseguem “dar a volta por cima” se juntem aos que ainda
o não conseguem fazer.
Encontrar o lado positivo das coisas não
significa um conformismo passivo mas, sempre, um processo ativo de luta por
direitos e de transformação da cultura dominante.
Mudar o mundo para melhor é, afinal, procurar
que os outros mudem a forma como vêm as coisas e deixem de usar a dita cultura
como desculpa para nada fazer e nada mudar.
As associações de doentes, para além da
criação de serviços de utilidade para os seus associados, conseguem que os
associados sintam que estão a melhorar o mundo e a ver o belo que há na vida.
É por isso que a ideia de fazer uma associação com os amigos, os familiares e as pessoas com epilepsia é duplamente feliz. Ou, como dizem os ingleses, é Happy! Seja FELIZ, seja EPI.